9 de março de 2012

Editora 34





Sobre a Editora 34
Fundada em 1992 com o lançamento de O que é a filosofia?, de Gilles Deleuze e Félix Guattari, a Editora 34 possui hoje cerca de 450 títulos em seu catálogo, que abrange as áreas de Ficção, Filosofia, Arte, Teoria Literária, Ciências Sociais, História, Psicologia e Psicanálise, Economia, Música, Poesia e Literatura Infanto-Juvenil, combinando textos clássicos e de referência com obras de ponta sobre temas contemporâneos.
 Ao lado de nomes fundamentais como Dante, Cervantes e Goethe, e de grandes escritores do século XX, como Kafka e Brecht, a Editora 34 mantém uma linha voltada para autores brasileiros, novos e consagrados, tanto na prosa como na poesia.


A rica literatura da Rússia e do Leste Europeu é representada pela Coleção Leste, que tem publicado obras de Dostoiévski, Gógol, Tolstói, Púchkin e Tchekhov, entre outros, sempre vertidos do original por tradutores como Boris Schnaiderman e Paulo Bezerra.
 No campo da Filosofia, a Coleção Trans reúne, além de vários títulos de Deleuze e Guattari, obras de Jacques Rancière, Bruno Latour, Pierre Lévy e Paul Virilio, para citar alguns nomes, desenhando um quadro abrangente do pensamento contemporâneo.

Com mais de 25 títulos publicados, a Coleção Todos os Cantos traz biografias de importantes personagens de nossa música, entre os quais Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, Mario Reis e Jackson do Pandeiro; ensaios sobre os mais variados gêneros — choro, samba, jazz, blues, rock etc. — e obras de história da MPB de renomados pesquisadores como Carlos Calado, Zuza Homem de Mello e Jairo Severiano.
 Já a Coleção Espírito Crítico vem formando uma verdadeira “biblioteca de referência”, com ênfase nos Estudos Literários, apresentando obras de Antonio Candido, Alfredo Bosi, Roberto Schwarz, Gilda de Mello e Souza, Davi Arrigucci Jr., Georg Lukács, Erich Auerbach, Theodor Adorno e Walter Benjamin, entre outros.

Para os jovens leitores, a Editora 34 combina a ficção estrangeira de Frances Hodgson Burnett, Gianni Rodari e Roald Dahl com a poesia de escritores brasileiros como Tatiana Belinky, Braulio Tavares e Duda Machado.
São também destaques no catálogo da editora os estudos sobre o Modernismo de Aracy Amaral e Marta Rossetti Batista, os livros de José Ramos Tinhorão sobre música e cultura popular e os de Evaldo Cabral de Mello sobre a história do Nordeste açucareiro, além dos ensaios de Luiz Carlos Bresser-Pereira sobre economia e desenvolvimento no Brasil.

O nome da Editora 34 e o quadrado impresso na primeira página de seus livros têm origem numa revista de literatura editada no Rio de Janeiro, a 34 Letras, cuja equipe, aliada a um grupo de São Paulo, constituiu o núcleo original da editora.

A revista teve sete números publicados, de setembro de 1988 a março de 1990, e seu nome foi inspirado no “quadrado mágico” de uma famosa gravura de Albrecht Dürer, de 1514, que é citada no romance Doutor Fausto, de Thomas Mann.

O quadrado mágico em questão é subdividido em 16 quadrados menores, com os números de 1 a 16 em cada um deles, e cuja soma em qualquer sentido — horizontal, vertical, diagonal — é sempre igual a 34.

Embora sua origem seja incerta, sabe-se que o quadrado mágico surgiu em tempos remotos e aparece em diferentes culturas, como a chinesa, a indiana e a árabe. No caso da Editora 34, ele foi pensado como um símbolo de que existem vários caminhos possíveis para se chegar a um objetivo comum.
CATÁLOGO


Minha formação
Joaquim Nabuco
Apresentação de Alfredo Bosi
288 p. - 16 x 23 cm
ISBN 978-85-7326-486-9
2012 - 1ª edição (Acordo Ortográfico)



"A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil" — escreveu Joaquim Nabuco numa passagem central, e desde então muito citada, de Minha formação




Publicadas em forma de livro em 1900, estas memórias são ainda hoje um dos documentos mais belos e instigantes sobre a formação de um intelectual e homem público brasileiro.
Passo a passo, de maneira não linear, mas seguindo o fluxo dos afetos e das inquietações da inteligência, Nabuco desenha aos olhos do leitor sua infância num engenho da zona do Cabo, em Pernambuco, os estudos em São Paulo e Recife, as leituras, as campanhas políticas durante o Segundo Reinado, o impacto de metrópoles como Londres, Paris ou Nova York e, cerne de sua atuação, o seu compromisso profundo com a libertação dos escravos, a questão crucial do país no último quarto do século XIX.
Este volume segue a edição princeps anotada pelo autor e inclui, em apêndice, dois textos raros: a versão original do célebre capítulo "Massangana", redigida em francês por Nabuco, e um resumo autobiográfico, datado de seu segundo período norte-americano, que permaneceu até hoje inédito em português. O volume conta ainda com apresentação de Alfredo Bosi, professor de Literatura Brasileira da Universidade de São Paulo, que aponta, na prosa memorialística de Nabuco, os momentos de força que assinalam a tomada de consciência daquele que seria o mais influente de nossos abolicionistas.


Sobre o autor
Joaquim Nabuco nasceu no Recife em 1849, filho do senador Nabuco de Araújo, um dos líderes do Partido Liberal durante o reinado de Dom Pedro II. Em 1870 formou-se na Faculdade de Direito do Recife, após ter estudado no Rio de Janeiro e em São Paulo, e em 1876, depois de uma série de viagens pela Europa, foi nomeado adido da Legação Brasileira em Washington, nos Estados Unidos. Em 1878, com a morte do pai, foi eleito para o parlamento brasileiro e durante anos devotou-se por completo à causa da abolição da escravatura em seu país. Até a Lei Áurea, em 1888, levou a vida de um agitador abolicionista, propagando suas ideias por todos os meios — atividades no parlamento, comícios populares, jornais e livros. Em 1889, com a proclamação da República, permaneceu fiel à Monarquia e na década seguinte dedicou-se a escrever diversos livros, como Um estadista do Império (1897-99) e Minha formação (1900), participando também, em 1897, da fundação da Academia Brasileira de Letras. Em 1899 recebeu convite do governo republicano para assumir a causa do Brasil numa disputa de fronteiras com a Guiana e, dois anos depois, aceitou a nomeação para o posto de ministro brasileiro na Inglaterra, ao qual se seguiu o cargo de embaixador nos Estados Unidos, em 1905. Faleceu em Washington, em 1910.



Os estrangeiros
lançamento infanto-juvenil

Marconi Leal
Ilustrações de Dave Santana
Coleção Infanto-Juvenil
136 p. - 13.5 x 18 cm
ISBN 978-85-7326-489-0
2012 - 1ª edição (Acordo Ortográfico)







Em Os estrangeiros, Marconi Leal narra a emocionante aventura de três irmãos índios no Brasil colonial. Contada a partir da perspectiva dos meninos, essa história ilustra o encontro, não livre de conflitos, das diferentes culturas que conviveram nas terras brasileiras após a chegada dos portugueses — acompanhando as incursões dos bandeirantes, as missões jesuíticas, as relações entre europeus e escravos, índios e africanos. Depois de presenciarem a destruição de sua aldeia pelos homens brancos, os irmãos Anhana, Nauru e Saru são obrigados a fugir, iniciando uma difícil jornada por um mundo cujos valores lhes são estranhos. Desterrados em sua própria terra, eles terão de aprender a lidar com esse novo universo para reencontrar a família perdida.

Sobre o autor
Nascido no Recife em 1975, Marconi Leal estreou na ficção em 2001 com o livro O Clube dos Sete, ao qual se seguiram Perigo no sertão (2004), O sumiço (2006), da mesma série, e ainda O país sem nome (2005) e Tumbu (2007, selecionado pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola em 2009), todos para o público infanto-juvenil. Além de escritor, é humorista e redator de sites na internet, onde mantém o blog marconileal.opsblog.org

Sobre o ilustrador
Dave Santana nasceu em Santo André, SP, em 1973. Trabalha como cartunista e chargista, e já foi premiado com o troféu HQ Mix por seus quadrinhos. É autor dos livros infantis O pequeno crocodilo (2008) e Galo bom de goela (2011). Com Maurício Paraguassu, ilustrou Meu reino por um cavalo, de Ana Maria Machado (2004), No caminho dos sonhos, de Moacyr Scliar (2005) e 12 horas de terror, de Marcos Rey (2006), entre outros.




Crossroads
Furio Lonza
Coleção Nova Prosa
288 p. - 12 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-478-4
2011



Crossroads acompanha quarenta anos de vida de um rematado perdedor: um escritor que não consegue escrever, um revolucionário sem bandeira, um amante sem amor. Desde as barricadas inconformistas dos áureos 60 até o mingau pós-tudo dos 2000 — passando pelo chumbo dos 70, "o prenúncio da merda" dos 80 e yuppismo infantiloide dos 90 —, seu anti-herói sem nome atravessa um mundo de desilusões, levando uma suspeita por ritornello: a de ter feito negócio com o Cujo em alguma encruzilhada do passado. Mas, diferentemente do bluseiro Robert Johnson, que teria vendido a alma em troca do gênio musical, como supostamente narra em seu "Cross Roads Blues", olooser desta história não sabe o que recebeu do Maligno, embora confirme a cada passo o que lhe entregou: a felicidade no amor — e muito provavelmente a própria lembrança da transação.
Sem amor, nem memória, nem ciência do eventual dom — mas também sem o cinismo para "se dar bem" e "chegar lá" dispensando tudo isso —, o protagonista se esmolamba de déu em déu à cata de algum sentido para a própria existência. No percurso, passa em revista os sonhos e pesadelos de várias gerações, homenageando os caídos e fazendo graça com a própria desgraça, ao som e no ritmo do melhor blues & rock.
 A narrativa de Lonza joga brilhantemente com as pautas do jornalismo gonzo e da moderna autoficção. Com algumas matreiras pinceladas autobiográficas, levará mais de um leitor a enxergar nesse quadro de mestre uma impiedosa autocaricatura.


Sobre o autor
Furio Lonza nasceu em Trieste, Itália, em 1953. Com cinco anos, mudou-se com a família para o Brasil, morando primeiro em São Paulo e, desde meados dos anos 90, no Rio de Janeiro. Estudou jornalismo e fez sua estreia na literatura em 1977, com os Contos de esquina. Seguiram-se treze outros livros, incluindo O que Molly Bloom esqueceu de contar (1987), As mil taturanas douradas(1994), O que é isso, maconheiro? (1998), Eric com o pé na estrada (2002), História impossível(2007) e Sturm und Drang (2010). Como jornalista, colaborou em diversas publicações e foi editor da lendária revista Chiclete com Banana, ao lado de Angeli e Toninho Mendes. Mais recentemente, escreveu uma série de peças de teatro, entre elas Patagônia, O Traficante e Jantando com Isabel.

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