27 de janeiro de 2012

Sherlock Holmes e o Enigma da Pirâmide

 

O Enigma da Pirâmide

Com a franquia de Sherlock Holmes, dirigida por Guy Ritchie, ganhando o seu segundo filme de sucesso, o detetive mais famoso do planeta não poderia estar mais em alta. Não por acaso, às vésperas deste lançamento, o DVD de “O Enigma da Pirâmide” (1985, Steven Spielberg), foi relançado com uma capa nova, que remete ao blockbuster dos cinemas.

Mas as semelhanças acabam por aí. O filme de 1985, dirigido pelo talentoso Barry Levinson, traz uma premissa ainda mais interessante: e se Sherlock Holmes e John Watson tivessem a primeira aventura ainda na adolescência? A ideia pareceu tão promissora ao produtor Steven Spielberg, que ainda hoje vemos motes similares, como é o caso da série “O Jovem Sherlock Holmes” do escritor Andrew Lane.

No filme de 85, no entanto, somos levados a acompanhar uma série de mortes que ocorrem sob uma característica em comum: todos cometem suicídio. O mistério não demora em cair no interesse do jovem Holmes, que, na ocasião, estuda na Escola Brompton, em Londres. É lá que conhece o Watson. O encontro é marcado pela peculiar arte de dedução do futuro detetive ao tentar advinhar o nome e as predileções de Watson, como este trecho tirado e adaptado do livro baseado no roteiro de Chris Columbus (então, futuro diretor de Harry Potter):

“— Seu nome é James Watson. É do norte da Inglaterra. Seu pai é médico. Você passa grande parte do seu tempo livre escrevendo. E tem uma predileção especial por tortas com creme. Estou certo?

— Meu nome não é James. É John.

— James... John... Qual a diferença? — disse Holmes, irritado.

— É uma grande diferença!

— Muito bem — concordou ele. — Seu nome é John.

—  Apesar de tudo… É algum tipo de mágica?

— Nada de mágica, Watson. Dedução pura e simples. Em primeiro lugar, por favor, observe a etiqueta no seu colchão. Diz "J. Watson". Escolhi um nome comum começado com J. Embora tenha escolhido James, minha segunda opção teria sido John. Esse tipo de sapato que está usando não é comum nas cidades. São sapatos de homens do campo, que lembro-me de ter visto quando fiz uma breve visita ao norte. O dedo médio da sua mão esquerda tem um calo. Sempre a marca registrada de um escritor. E você tirou da mala a Hunter's Encyclopedia of Disease.

— E daí?

— Bem, não é uma obra de referência acessível ao público em geral. Entretanto, é encontrada nas bibliotecas das escolas de medicina e da maioria dos médicos. Uma vez que alguém com sua idade não poderia ter frequentado a escola de medicina, devia ser um dos livros de uma pessoa muito chegada a você, uma pessoa que se preocupa com a sua saúde, tão longe de casa. Alguém muito querido para lhe emprestar esse livro. Seu pai. Médico?

— Sim — confirmou Watson. — E as tortas de creme?

— Simples. Há uma nódoa amarela típica em sua lapela. Exatamente da cor do creme que usam nas tortas daqui do sul da Inglaterra. Além disso, seu físico me diz que deve comer tortas com muita frequência.

— Não precisa ser grosseiro!”

A partir desta inusitada apresentação, são os dois envolvidos com o assassinato de um professor aposentado, e começam a descobrir que existem praticantes de uma seita egípcia por trás dos crimes.

young-sherlock

O filme é belíssimo, tanto na prodigiosa direção, como nas nuances de interpretação dos atores Nicholas Rowe (Holmes), Alan Cox (Watson), e Sophie Ward (Elizabeth). Não por acaso, o jovem roteirista Chris Columbus, usaria referências deste trio para os testes de outro trio famoso no cinema: Harry, Rony e Hermione.

A trilha sonora de Bruce Broughton também dá um toque singular ao filme, em especial ao cântico desta sociedade secreta, conhecida como Rame Tep.

 

O filme também é reconhecido pelo uso de efeitos especiais computadorizados, que seriam um marco na História do cinema. Como o cavaleiro de armadura pintado em um vitral, que “cria” vida e investe sua espada contra um padre.

 

Quando assisti a este filme no cinema, foi como enfunar as velas de um navio e sair velejando por um mar de aventura e sonhos. Foi um dos filmes que me motivou a criar histórias e ter gosto pela leitura. Afinal, através dele, iria conhecer as obras de um sujeito chamado Conan Doyle…!

 

Até a próxima Sexta-feira Fantástica!

6 comentários :

Caleb Henrique disse...

Olá, Nanuka. Eu, particularmente, desconhecia essa adaptação do Chris Columbus, mas agora me sinto na obrigação de assisti-la. Achei o trecho do Alan Arnold bastante peculiar e não pude deixar de imaginar toda a cena, com uma riqueza imensa de detalhes.
Agora me despeço, e como há braços, abraços.
Obrigado pela dica.

Marcia Rios disse...

Puxa meu amigo, tive a mesma sensação quando assisti esse filme. É sempre bom saber mais um pouquinho sobre você e confirmar o que sempre digo... "Que é um excelente profissional independente da área a que se dedique" =)

Nanuka Andrade disse...

Parceira! Que bom que gostou! Adorei escrever este artigo. Sou apaixonado por este filme. Sempre que puder vou dividir minha vida de menino neste cantinho! =D

Nanuka Andrade disse...

Caleb! Que bom que gostou! Fico feliz. Espero que goste do filme, e conte depois o que achou.

Apareça sempre aqui.

Um abração!

fabriciovalerio disse...

Sou apaixonado por este filme, Nanuka! Um clássico do cinema dos anos 80 que também me encantou e me fez viajar por esse mesmo navio de sonhos que você velejou! Adorei relembrar esse filme cheio de magia que também me deu muita inspiração e mexeu com minha fantasia!
Abração amigo! Parabéns pela coluna!

Nanuka Andrade disse...

Opa, amigão! Eu já falei tanto deste filme em outras ocasiões, né! Precisava compartilhar aqui também! Nem preciso dizer o quanto este filme foi especial para mim!

Obrigado!!! o/